Videoarte

Os conceitos de imediação, liberdade e espontaneadade da comunicação defendidos por Baudrillard foram sendo aplicados ao longo do tempo. O fenómeno da videoarte é muito interessante ao nível de proporcionar resposta ao «espectador». O vídeo, que até finais da década de 1960, era utilizado apenas para fins comerciais, a partir desta expressão artística, supõe uma nova linguagem, uma nova interacção entre imagem e espectador. Entre os princípios que fazem do videoarte um forte exemplo da aplicação das ideias de Baudrillard, está a crença numa arte alternativa, oposta à cultura de massas. Daí o pressuposto de se criar uma «contra-televisão», assimilando o meio e subvertendo a sua utilização corrente. A imagem passa a «sair da tela», conseguindo projectar as imagens além do monitor e para diferentes direcções. As décadas de 60 e 70, foram muito marcadas pelo impacto do videoarte, devido à sua postura radical e subversiva; trabalhava com o efémero, compreendendo em si, arte e quotidiano, visando destruir convenções e valorizar a criação colectiva. Desta época, aponta-se o exemplo de Ralph Baer, com a instalação Brown Box, na qual a televisão é encarada como entretenimento interactivo, através de um processo semi-analógico. De 1974, ressalta o grupo de projectos «Responsive Environments», de Myron Krueger.

Durante os anos 80, as imagens utilizadas por esta arte procuravam provocar estados anímicos e evocar sensações. A primeira instalação de videoarte interactiva tem o nome de Lorna, da autoria de Lynn Hershman, a qual pressupõe o controlo por parte do espectador, da vida de Lorna, que vive confinada no seu apartamento, dominada pelo desespero e solidão.

Já nos anos 90, adoptou-se uma postura de tornar tudo mais pessoal, autoral, menos militante ou socialmente compremetido. Como exemplo, aponta-se «The Tunnel under the Atlantic», de Maurice Benayoun, instalação experimental que utiliza como meio de interação a realidade virtual, permitindo aos utilizadores, a criação de um espaço.

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